O orgulho na sonoridade da guitarra portuguesa levou-o no entanto a inverter posições. E se o protagonismo de um recital não pertencer tanto à voz como ao dedilhar de uma guitarra, porque não hão-de os holofotes incidir no canto de um dos mais brilhantes instrumentos portugueses. As guitarras não têm que gemer sempre baixinho e António Chainho assume por isso o risco de enveredar por uma carreira a solo. Com a modéstia que é reconhecida aos grandes, chama os maiores artistas para cantar consigo, confirmando que a sua missão é levar pelos quatro cantos do mundo a sua amada.
Actua então em recitais por todo o mundo a solo ou dividindo o palco com Paco de Lucia ou John Williams; em concertos isolados ou em festivais dedicados à guitarra como aconteceu no maior festival de guitarra em Córdova. Abre uma nova frente ao iniciar uma discografia em nome próprio com o álbum “Guitarra Portuguesa” e um segundo disco gravado com a Orquestra Sinfónica de Londres, abraçando decididamente uma carreira discográfica, exclusivamente composta por temas originais, agora com o selo Movieplay.
Este percurso determinado e singular resulta, nomeadamente, na colaboração em projetos internacionais com Paco de Lucia, John Williams, José Carreras e KD Lang. A prestigiada revista Songlines considera Mestre António Chainho "um dos 50 músicos mais influentes da World Music".
Num mesmo movimento explora novas direcções para o fado. Toca guitarra portuguesa no álbum “Fura Fura” de José Afonso e, com Rão Kyao, participa no álbum “Fado Bailado”. É altura de experimentar o contacto com outras culturas e abre a guitarra portuguesa à voz de cantoras como as brasileiras Gal Costa e Fáfá de Belém, a espanhola Maria Dolores Pradera e a japonesa Saki Kubota. Os convites sucedem-se e tomam formas insondáveis para quem não partilha o gosto pela reinvenção constante da guitarra portuguesa. Na colectânea "Red Hot + Lisbon", acompanha a norte-americana kd Lang no tradicional "Fado Hilário".